segunda-feira, 17 de março de 2014

O RUGIDO DO LEÃO

Não Há obstáculos que eu não possa superar
Não há objetivos que eu não possa conquistar
Não há corações que eu não possa inspirar
Não há alguém que eu não possa amar
Sou grande e poderoso de garras e presas afiadas
Enquanto meus sonhos forem do tamanho céu
E minha atitude e determinação arderem como o sol
Nada será impossível
Nada será intocável

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O ÚLTIMO ATO


O estalo das gotas sobre o chão
A brisa fria sobre o rosto
Uma névoa seca filmada em teus olhos
Eu sou a ponta do olho oco te encarando

A noite é o pano de fundo dos teus sonhos
A lua é a testemunha dos teus desejos
As estrelas são a platéia do seu drama
Eu sou a chama do dragão te apavorando

Os gárgulas vigiam os teus olhos
Os santos de pedra oram à sua dor
A penumbra é o silêncio dos teus atos
Eu sou o peso da clava esmagando tua voz

O estalo das gotas sobre o chão
A brisa fria sobre o rosto
Uma névoa seca filmada em teus olhos
Eu sou o ódio, o desprezo, a vingança, o passado,
o arauto, o dedo e o gatilho...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Então... Adeus!




Ela se despediu, e mudo fiquei, não queria deixar
mas sabia que não era certo ela ficar, queria tentar
queria mais uma vez refazer, mas já era tarde,
tanta coisa quebrada, tantas cicatrizes e cristais colados,
não adiantava mais, ela deveria ir, mas eu não queria, talvez
ela queria, talvez não, seus olhos faziam paradoxos com sua boca.
Mas, era o certo, ali fiquei, imóvel, frio, seco, morto por dentro
desesperado, um pânico imensuravel, era triste, era doloroso...
Então por fim, um ultimo olhar com um pequeno sorriso breve e forçado.
A porta se fechou, então chorei, não necessariamente por vê-la partir,
mas porque percebi, que o meu futuro seria apenas aquilo ali, meu
coração (se é que existe) de portas fechadas e eu, eternamente
sozinho na penumbra da sala de estar...

domingo, 24 de abril de 2011

Então será assim...

Então se perca, se jogue, não tenha medo, mas também não
crie expectativas, não pense no futuro, o que importa é o agora
apenas nós, o amanhã é tão distante quanto o fim.
Estaremos juntos, pelo menos enquanto for conveniente, enquanto
for prazeroso, não se iluda com amores perfeitos, não se iluda
com o amor, nada mais, nada menos que só uma palavra e uma
pequena filosofia vã... Se importe com os seus instintos e então
te garanto supri-los até que se esgote... Te farei a mulher mais
feliz do mundo, até o sol nascer... Serás meu brinquedinho e
eu serei o teu... Não falaremos sobre o futuro, não falaremos
sobre planos, não desejaremos domingos, filmes, pipocas e
sofás... Não contaremos sobre o passado, não falaremos sobre
nossa semana, o que fizemos ou deixamos de fazer... Será apenas
carnal, apenas orgasmos e suor... Honestamente, não porque é
o que eu desejo e sim é o que desejas, se, assim queres assim
será, pois sei que se te contar sobre a vã filosofia do amor
e te dizer que é o que sinto por você, jamais alcançarei seu
coração jamais um dia poderei te amar, sim, irei dilacerar meu
coração todas as noites contigo me segurando para não te
abraçar e sussurrar em seu ouvido que te amo... Prefiro assim,
ser apenas seu gigolô e te ter comigo divida do que arriscar
não ter nem os teus olhos em mim.

sábado, 29 de janeiro de 2011

ENTÃO, QUEM ÉS TU?




Então, fizeste dos iguais o único e especial
Esqueceste dos outros para viver por somente um
e transformaste o tudo em nada e o nada em tudo,
com a sinceridade da mais profunda e tola sabedoria,
fizeste de uma alma mundana, o mais puro ser divino
e fizeste do perdão, seu maior alicerce.
Escolhestes viver sem jamais olhar teu reflexo
e esquecer de como era sua existência, pois tens
a necessidade de viver em outro, por outro.
Quem és tu que fizeste dos ridículos hérois e dos hérois
fizeste-os ridículos? Quem és tu que fizeste brotar um
sorriso de um rosto esbofeteado? Quem és tu que fazes
do prazer uma mera tolice e faz de um mero beijo
eternamente especial, eternamente necessário?
Quem és tu que cravas sorrisos em corações como uma
pintura tão cobiçada? Então? me dizes porque fazes chorar
e sorrir ao mesmo tempo? Fazes da miséria a riqueza, e da
riqueza a pobreza? Não entendo, como tens tantas faces e
ao mesmo tempo tens somente uma? Qual sua identidade que
buscamos durante todo o percurso natural e muitas vezes
chegamos ao fim sem descobrir? Fazendo todo o percurso
parecer inútil, ridículo, sem sentido? Novamente me pergunto,
quem és tu alavancador dos mais belos e ridículos poemas?
O que te faz tão eterno? Tão clássico? Tão ultrapassado?
Te procuramos em olhos, bocas, sorrisos, corpos, mas te
encontramos apenas ao acaso, em um esbarrão, ou em um breve e
doce momento, tentamos te capturar, mas é em vão, então esquecemos
dos desejos da alma e deixamos nossas duvidas pra trás, então,
em outro momento, sentimos dor, olhamos pra trás e nos dilaceramos
ao perceber que ali estava, conosco, junto todo o tempo, mas
não nos permitimos te olhar e te sentir e nos afogamos no
arrependimento. Quem és tu afinal? Fazes dos divinos tão miseráveis?
Quem és tu afinal? Fazes de nós tão miseráveis, mas fazes de nós,
tão divinos...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

ENTÃO A BARRAGEM ROMPEU




A fumaça entre meus dedos
dança lentamente,
ao ritimo ditado pelo meu lamento.
As horas não passam e a solidão
me seduz com seus olhos profundos,
agarrada EM minha alma como uma namorada
ciumenta.
A mente não sabe mais o que é real,
o que é a mentira, tantas vozes iguais,
sorrisos cheio de dentes falsos.
Há um tumor no peito, tão negro e ferido
quanto uma alma amargurada.
Estou em três lugares diferentes, mas ainda sim
sentado na mesma cadeira com a mesma fumaça nos
dedos.
A barragem rompeu, não tem pra onde correr,
é só sentar e esperar minha casa se afogar
junto com meus olhos, sem brilho, sem esperança.
Sequelas sempre me levaram ao mesmo lugar, ao mesmo
tempo e a mesma dor consumida pelo orgulho perdido.
Atacado e roubado pelas costas, sem reagir, apenas
o chão se aproximando do meu rosto.
Não quero justiça, não quero perdoar, não quero vingança,
o esquecimento é o caminho mais fácil e mais difícil.
Não queria ter 400 anos, desejo a ignorância, é tão
mais simples ser a massa, é tão mais simples ser controlado,
é tão mais simples não esperar nada de ninguém.
Mas não adianta, a barragem já rompeu e me afogo.
Ainda estou sentado na mesma cadeira, com a mesma fumaça
entre os dedos, mas já revivi dois milênios de vida
e sempre chego ao mesmo lugar, sempre indagado pelas mesmas
questões, com respostas simples, mas sem aceitação, sem perdão.
É fácil enxergar o futuro, estar preparado para as certezas
incertas, mas viver estes futuros sempre me acertam com força
e intensidade desproporcional e a barragem rompe, levando
embora minha divindade e me deixando mais humano, mais sábio,
mais quebrado, mais ferido, mais sequelado e aos poucos,
meu anjo se torna mais demônio e quando isso acontecer,
pra onde vocês vão nadar? Pois a barragem já cedeu e não haverão
montanhas suficientes pra todas vocês.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Anjo Negro


Minha voz é o trovão que ecoa na tempestade
devastando corações tenebrosos e covardes
Meus olhos faiscam os relampagos que te queimam
pela vergonha de me olhar.
Minhas asas trazem os tornados que destroem
toda esperança e desejos que tens, mas,
não merece tê-los, sua dor será meu alimento
e seu medo minha sobre mesa...
Não tenha medo, tenha pavor, é chegada a hora
da sua sentença, não sou o juiz, mas sou o carrasco
que carrega sua alma podre para a dor eterna.
Sorria enquanto te carrego, a dor que lhe trago é
orgasmo perto da dor que sentirá, do medo, do pânico,
nada descritível. Quanto mais triste sua pena, maior minha
alegria de enxergar você se contorcendo...
Não adianta fugir, a sombra de minhas asas
já te envolveu, você é só um rato fugindo dentro de uma gaiola...